Prelúdio, Pretérito, Preto Rito propõe uma reflexão através de esculturas que simulam ritos de uma cultura singular. Ao invés de replicar crenças ancestrais de povos tradicionais, as obras criam uma cosmologia própria, onde rituais fictícios intervêm na realidade contemporânea por meio de fabulações e relações coletivas, expressas pelas máscaras. Esses mascarados, compostos por trajes, elmos, sons e interações com o público, emergem como figuras urbanas que dialogam sem se definir como indivíduos.

As máscaras, inspiradas na cultura ao redor, carregam elementos reconhecíveis e inseridos no tempo histórico atual. As obras vivas buscam criar um diálogo entre o fictício e o presente, permitindo que cada espectador interprete livremente seus significados. Mesmo com simbolismos próprios, ligados a trajes, materiais e performances, os mascarados incentivam subjetividades e reflexões individuais. Ao caminhar pelas ruas de São Paulo, essas figuras potencializam o ritual, trocando energia e estabelecendo conexões através de movimentos, danças e interações. Há uma dualidade entre corpo e matéria, onde o ritual transcende e instiga novas formas de explorar a vida e as circunstâncias ao redor.