A "Missa dos Terreiros" é uma celebração afro-brasileira que combina elementos da liturgia católica com a cultura afro-descendente, homenageando a resistência e a riqueza dos terreiros. Esses espaços, desde sua origem, foram fundamentais para preservar tradições culturais africanas e simbolizar a luta por liberdade. Nas obras fotográficas inspiradas por essa temática, a ancestralidade e a fé dialogam de forma impactante, ressignificando igrejas brasileiras marcadas pela arquitetura barroca. A presença de uma figura com máscaras africanas e camisas de seleções de futebol africanas conecta o passado ao presente, enfatizando que a luta pela afirmação cultural permanece viva.

O contraste entre o corpo contemporâneo e a arquitetura histórica provoca reflexões sobre sincretismo cultural, colonização e apropriação de espaços antes negados. A obra utiliza o mar como testemunha histórica da escravização e dos fluxos culturais que moldaram a identidade afro-brasileira. As cores vibrantes no vestuário do personagem remetem à cultura popular, unindo espiritualidade ancestral e contemporaneidade. O gesto silencioso do personagem sugere força e contemplação, convidando à reflexão sobre a ancestralidade na identidade moderna.